Vale a pena comprar carro 1.0?

A díspare da inflação nos últimos dois anos afetou o preço de todos os bens, sobretudo dos carros. Em muitos casos, os chamados “carros populares” chegam a custar acima de R$ 100 mil por causa disso.

Por isso é cada vez mais importante consultar a Tabela Fipe na hora de comprar um carro, pois assim você pode verificar os preços mais atualizados. Diante desse cenário, muitas pessoas voltaram para um velho conhecido do mercado: o carro 1.0.

Mas será que os carros 1.0 são uma opção barata? Quais como vantagens e desvantagens ao adquirir este tipo de veículo?

Diferença entre potência

Quando o assunto é carro, um dos principais fatores que influenciam na escolha é a potência do motor. Afinal, ele não interfere apenas no desempenho do carro, mas também no consumo de combustível.

A potência do motor de um veículo é definida pela quantidade de cilindradas que o motor possui. Nos carros, os motores atuais são equipados com no mínimo 1.000 cilindradas de potência, que são os carros populares 1.0.

Dessa forma, o “1.0” é a abreviação da quantidade de cilindradas do motor. O 1.0 tem 1.000 cilindradas, um carro 1.4 tem 1.400 cilindradas, e assim por diante. E a potência do carro é maior conforme aumenta a quantidade de cilindradas do motor.

Os carros 1.0 são considerados modelos de entrada no Brasil e, portanto, tendem o creme menos. Por isso que os modelos mais populares do país, como o Uno Mille e o Gol, geralmente são vendidos com essa cilindrada. O Uno Mille, aliás, foi o primeiro carro do Brasil a ter um motor de 1.000 cilindradas.

Que tipo de carro escolher?

Os carros 1.0 surgiram nos anos 1990, quando a tecnologia ainda era muito limitada, e de fato eram uma grande inovação. O Uno Mille, por exemplo, ainda hoje é um dos carros mais econômicos do país, por ser extremamente leve e sem muitos acessórios.

 

No entanto, conforme a tecnologia evoluiu, os carros passaram a ter cada vez mais itens de série, como ar condicionado, air bags e outros. Além disso, as estruturas ficaram mais robustas por questão de segurança, o que aumentou o peso dos carros.

Para sustentar essas inovações, o chassi do carro precisou ser reforçado para aguentar os veículos mais pesados. Ao mesmo tempo, os motores precisam ganhar mais potência para movimentar o carro. Com isso, os motores 1.0 perderam mais espaço, sendo substituídos por mais potentes 1.4 ou 1.6.

Ainda vale a pena ter 1.0?

Em resposta à pergunta do título deste texto, será que o carro 1.0 ainda vale a pena? A resposta é sim e não; tudo vai depender do seu objetivo, orçamento e onde pretende utilizar o carro.

Se você é um motorista que utiliza o carro apenas na cidade – no trajeto para o trabalho, por exemplo – o carro 1.0 ainda vale a pena. Ele é mais barato do que outros modelos e ainda economiza mais combustível. E pelo fato do deslocamento urbano ser menor, o desempenho dele consegue dar conta.

No entanto, se você pretende utilizar o carro na estrada e fazer viagens muitas, aí a vantagem do 1.0 desaparece. Apesar da economia de combustível, o 1.0 é menos ágil e menos seguro nessas situações, sem falar que tem um rendimento menor nas subidas.

Outra vantagem do 1.0 é que a manutenção costuma ser mais barata, pois há mais peças esses carros disponíveis no mercado. Com uma oferta maior, os preços tendem a cair, o que representa uma economia na hora de algum conserto ou revisão.

Além disso, os custos com IPVA e seguros tendem a ser menores, dado o menor valor de venda do carro. No entanto, isso também significa que você receberá menos dinheiro na hora que quer vender o seu veículo.

Em suma, se você pretende utilizar o carro na cidade ou em viagens interurbanas curtas, o 1.0 ainda vale muito a pena. Mas caso preciso fazer deslocamentos mais longos, investir em um carro mais potente pode lhe trazer benefícios maiores no prazo médio.