Ainda com Sequelas da Covid-19? 12 Meses Depois?

As pessoas ainda sofrem de graves sintomas meses após a infecção do novo coronavírus…até um ano depois!

E é uma situação muito mais comum do que podemos imaginar.

É normal ouvir as pessoas falarem a sensação de que um ônibus passou por cima delas, e mesmo depois de “curadas”, mal conseguem se concentrar no trabalho e sentem dores em todo o corpo.

Ou quem tinha o hábito de praticar uma corrida, agora, com uma simples caminhada, já fica sem fôlego.

Ou seja, as semanas passaram, mas os sintomas ainda estão lá!

Se você pensar em milhares de pessoas em todo o mundo que foram infectadas, é possível ter uma ideia do que estão passando.

Vamos compartilhar com você algumas histórias de pessoas que contraíram a Covid-19, o que sentiram e quais medidas elas tomaram para retomar à sua vida normal.

As sequelas da Covid-19

Seria improvável pensar que os sintomas da Covid-19 poderiam persistir por muito tempo, no entanto, é uma realidade.

Ouvimos histórias de pessoas que tiveram suas vidas viradas de cabeça para baixo, e mesmo 12 meses depois, ainda apresentam os sintomas.

Isabela, uma enfermeira de 40 anos, contraiu a doença em 21 de novembro de 2020. Começou com uma dor de cabeça, depois na garganta e uma tosse.

Ficou praticamente deitada durante duas semanas, mas ao retornar ao trabalho, três semanas depois, não conseguia se concentrar e estava extremamente cansada.

Antes, ela corria 8 km e, agora, quando caminha (lentamente), perde o fôlego rapidamente.

E hoje, ainda não é capaz de dar seu máximo no trabalho e sente que sua qualidade de vida foi bastante afetada. Enquanto vê seus vizinhos correndo todos os dias, ela não tem a mínima motivação.

Essa é apenas uma história entre milhares que mostram os efeitos da Covid-19 a longo prazo.

Sensação de envelhecer 10 anos

Marcos foi infectado em abril de 2020. Também apresentou dor de cabeça, coriza e se sentia muito fraco. Mal conseguia levantar- se da cama.

Além disso, perdeu o olfato e o paladar, tossia e respirava com dificuldade. E demorou mais de um mês para que esses sintomas começassem a diminuir.

Cinco meses depois, os sintomas voltaram, como muita tosse e até para tomar um banho exigia um grande esforço, sem falar em dores nas articulações do joelho.

Marcos teve que procurar vários profissionais de saúde para aliviar os sintomas e um deles foi um médico ortopedista por conta das fortes dores no joelho que o impedia de subir um lance de escada.

Ele mesmo diz que tem a sensação que envelheceu cerca de 10 anos após ter sido contaminado pela Covid-19.

Um mal-estar frequente

Estudos revelaram que entre 10% e 35% dos pacientes infectados pelo novo coronavírus apresentam sintomas persistentes ao longo de 4 a 12 semanas após a infecção.

Segundo o professor da Universidade de Quebec, no Canadá, Johannes Frasnelli, os sintomas mais frequentes são fadiga, dor de cabeça, falta de ar, insônia, dor torácica, ansiedade e erupções cutâneas.

Já a perda de olfato e paladar, que faz parte dos sintomas mais comuns, perdura em cerca de 10% dos casos.

É o caso de Gabriel, 25 anos, que contraiu a Covid-19 em março de 2020. Ele estava comendo uma pizza e não sentiu o gosto, com a impressão de mastigar um pedaço de papel.

As semanas se passaram e o paladar não voltou. E apenas três meses depois, começou a sentir os alimentos doces e salgados. Além disso, muitos alimentos não têm o mesmo sabor que antes.

E mesmo um ano depois, ele ainda não consegue sentir totalmente o gosto.

A fim de melhorar sua capacidade olfativa, ele começou a fazer um treinamento olfativo, pois quanto mais o olfato é solicitado, mais as regiões do cérebro que estão associadas à informação olfativa, tornam-se mais fortes.

O que fazer?

Nos últimos meses, várias clínicas pós-Covid-19 surgiram em vários países do mundo, e embora não exista um tratamento universal para o que os cientistas chamam de síndrome pós-Covid, os especialistas tentam elaborar tratamentos personalizados para cada paciente.

Na prática, os pacientes são avaliados para descartar todas as outras causas que poderiam explicar os sintomas.

E em razão das situações únicas dos pacientes, essas clínicas contam com várias especialidades médicas: neurologistas, pneumologistas, cardiologistas, ortopedistas especialistas em joelho, nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas.

Além de entrarem em contato com profissionais de outros países, através da telemedicina, uma vez que podem trocar ideias e elaborar com mais precisão um diagnóstico.

Os jovens particularmente afetados

Embora a idade seja o principal fator de risco de mortalidade, muitos daqueles que apresentam sintomas permanentes nunca foram hospitalizados.

Ou seja, a gravidade da doença não pode predizer que será sintomática a longo prazo.

Os jovens em boa saúde, mesmo aqueles na faixa etária dos 30 anos, que eram muito ativos antes de contrair a Covid-19, apresentam agora sintomas importantes ou têm falta de ar andando apenas alguns metros.

Especialistas relatam que muitos jovens pacientes nem puderam concluir seus cursos universitários, e outros tiveram uma recaída de seus sintomas quando retornaram ao trabalho.

Uma coisa é certa: estamos ainda bem longe de conhecer esse vírus misterioso, e aprendemos algo novo todos os dias, é o que diz Ron Damant, um famoso pneumologista canadense.